A relação mãe e filho

A relação mãe e filho ou do filho ou seu cuidador é fundamental, não só para um desenvolvimento físico saudável, mas também psicológico, estudos mostram que mesmo a reação da mãe e seu estado emocional durante a gravidez influenciam o bebê e ele ainda dentro do ventre materno já reage a esses fatores.

O bebê humano, não necessita só de cuidados básicos no que diz respeito à higiene e nutrição, mas principalmente necessita de acolhimento, proteção, amor e carinho.
A privação desse acolhimento, proteção, amor e carinho, resultam em sérios resultados físicos e psicológicos e algumas até mesmo chegam a definhar e morrer, apesar de terem suas necessidades fisiológicas e de higiene atendidas. Isso prova que uma mãe adequada é aquela que consegue suprir não só as necessidades básicas de seu filho, mas também as necessidades emocionais.

A criança quando nasce traz consigo uma predisposição para lidar com aquilo que entende como mãe e o materno: já nasce com a tendência a reconhecer e buscar acolhida de um ser da mesma espécie, sem o qual não sobreviveria. Por ainda não ter vivências pessoais com aquela mãe, entra em ação o arquétipo materno, ou seja, a Grande Mãe e todas as possibilidades do materno, a partir do momento em que o ego do bebê começa a emergir ele vai então projetando essa Grande Mãe em sua mãe real, chamada aqui de mãe pessoal. A repetição de suas experiências com sua mãe vão povoando de imagens e conteúdos o campo arquetípico, que, lentamente, vai ganhando sua configuração individual.

Se a relação com a mãe pessoal é sentida pela criança como algo ruim, ameaçador, devorador e principalmente quando ela não se sente atendida em suas necessidades de amor, nutrição, confiança, proteção e etc, se instala, pelas repetidas experiências de frustração e ansiedade, o mundo passa a ser percebido pela criança como um lugar não acolhedor, no qual não se sente potente para produzir as transformações que trariam a gratificação de suas necessidades.

Nos dias atuais são comuns discussões sobre a superproteção dos pais, fica então a dúvida, será que amor demais também é algo prejudicial?
O que se deve deixar claro é que tudo o que parte para o exagero é algo prejudicial, tanto o amor demais, como a falta dele irão limitar o desenvolvimento da criança, porém, nada é mais prejudicial do que o completo abandono, a ausência.

Um amor adequado implica na capacidade do cuidador de frustrar os desejos da criança, sempre dentro do limite do suportável pelo ego infantil. A ausência real da mãe amorosa faz com que a criança comece a imaginá-la, criando assim, a mãe também como imagem interna cognitiva e afetiva, desencadeando o desenvolvimento da capacidade de representação.
De qualquer forma, a resposta para essa pergunta é que nunca o amor demais, será tão nocivo quanto o amor de menos.